domingo, 22 de fevereiro de 2015

DIOGO DE SORDI: AVENTURA, PERRENGUES E EMOÇOES...

1-Quem é Diogo de Sordi ? e suas experiências em Corrida de Aventura?
Tenho 35 anos e moro em Brasília. Sou Geólogo e mestre em Geofísica pela Unb. Trabalho no serviço geológico do Brasil com mapeamentos e pesquisa de recursos minerais, muitas vezes em regiões remotas como selva Amazônica, norte do Canada e Patagônia. Pratico corrida de aventura desde 2009 quando morava no Rio de Janeiro. Gosto de correr provas expedicionárias (com mais de 300 km). Sou navegador da equipe Harpya atual 6º lugar no Ranking nacional (RBCA). participei de 4 Ecomotion´s Pro, ficando na 11º colocação no ultimo e mais outras 8 provas acima de 300 km. Em 2014 conseguimos expressivos resultados como o 20º lugar no Campeonato mundial (ARWC) no Equador, em novembro.



2- Como foi a experiência no mundial de 2014?
Foi a prova mais dura que participei e a melhor preparação que já fiz. A equipe nunca havia corrido com essa formação e tivemos vários problemas de entrosamento. Perdemos muito tempo nas transições e nos trekkings, mas conseguimos controlar nossas mentes e suportar o sono, fome e fadiga. Resultado foi muito bom e todos aprenderam muito. Experiência para toda vida. Foram 710 km em 7 dias com 9h30 de sono.
 

3-Quais suas expectativas para essa temporada?
Esse ano não haverá muitas provas expedicionárias no Brasil e fizemos a opção de focar em 2 grandes provas do circuito mundial. O Tierra Viva - 600 km em Pucon no Chile em abril e a final do mundial que será no Pantanal em novembro. Existem varias provas de orientação, corrida em trilha, canoagem e mountain bike programadas na preparação para o mundial. A equipe para o Tierra Viva será o Hugo Araujo (MG), Fausto Silva (RJ), A Juliana Lemes (GO) e Eu (DF) e já estamos treinando forte. Realizamos um simulado em janeiro de 9h onde definimos nossas metas para a temporada 2015.
 
4- Quais as diferenças das Corridas de Aventuras e Equipes nacionais e internacionais?
Em 2014 participei de 2 provas internacionais. O Desafio Aysen - 450km na Patagônia Chilena e o mundial no Equador. Fiquei impressionado com a organização, principalmente no Chile pelo Pancho. O fato de existir mais apoio financeiro conta muito, mas o cuidado e respeito com os atletas foram os pontos fortes. Varias equipes internacionais de ponta são profissionais e estão muito a frente porque possuem além do tempo para treinar, os melhores equipamentos e experiência. Mesmo com a falta de apoio as equipes de ponta no Brasil como a BMS conseguem brigar de igual com varias equipes no circuito mundial. A Harpya ainda esta fazendo seus primeiros voos.

5-Em 2015 o mundial de Corrida de Aventura é no Brasil quais as suas Expectativas?
A expectativa em um mundial é sempre de terminarmos a prova sem cortes e unidos. A colocação é uma consequência, mas acho que podemos subir alguns degraus correndo em casa. Conheço um pouco a região porque meu pai pesca há 40 anos na região da Serra do Amolar e fui algumas vezes. Será uma prova Épica no estilo Ecochallenge com muitos perigos. Escuto muitas historias de ataques de búfalos selvagens, Piranhas e jacarés e pessoas comidas por Sucuri. O filho do cozinheiro que pesca com meu pai, foi morto num acampamento por um casal de onça e por ai vai.


6- Mande um recado para a galera que esta iniciando nas corridas de aventura no Brasil.
Procurem pessoas experientes e treinem muita técnica de canoagem, orientação, bike e técnicas verticais porque na hora do perrengue a força pode não ser suficiente. A Corrida de Aventura é um esporte em que precisamos de calma, estratégia e inteligência para sair das roubadas.